Osasco recebe ato em favor dos índios guarani-kaiowá na próxima sexta-feira

Osasco integra o circuito de cidades que irá receber na próxima sexta-feira, dia 9, uma série de atos em apoio aos índios guarani-kaiowá. A manifestação acontece a partir das 17 horas, em frente ao Osasco Plaza Shopping, na rua Antônio Agu.

Os índios estão sendo ameaçados de expulsão de suas terras, no município de Iguatemi, no estado do Mato Grosso do Sul, por uma ordem judicial de reintegração de posse da Fazenda Cambará. Na última segunda-feira, dia 29, um grupo de seis indígenas da comunidade se reuniu com a vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, para entregar um documento em que relatam os problemas ocorridos na comunidade e informaram que também pretendem recorrer a tribunais internacionais, como a OEA (Organização dos Estados Americanos), caso a Justiça determine que eles deixem a área em disputa.



Os problemas dos indígenas vão além. Segundo o índio Otoniel Ricardo Guarani-Kaiowá, representante do conselho da articulação dos povos indígenas do Brasil, houve um suicídio na tribo, entre sexta-feira e sábado. Além disso, na semana passada, houve um caso de estupro de uma índia. O suicídio, segundo Otoniel, foi de um dos índios, e não coletivo, como chegou a circular em redes sociais. O rapaz se matou porque tinha problemas com alcoolismo, devido a falta de oportunidades e educação na região. Já o estupro envolveu uma moça de 23 anos e foi registrado na delegacia do município de Naviraí (MS). A investigação para descobrir os autores foi iniciada e os policiais aguardam o laudo da perícia médica. Já segundo os indígenas, ela foi violentada quando um motoqueiro que a levava na garupa mudou de rota e entrou em uma fazenda chamada São Luís, onde oito pistoleiros a atacaram.

A área habitada por 170 integrantes da etnia guarani-kaiowá é disputada há décadas por índios e fazendeiros. Em setembro, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) determinou a reintegração de posse, com a retirada das famílias indígenas do local, mas elas se recusam a deixar a região.


Segundo a Procuradoria Geral da República, os indígenas ocupam 2 hectares da fazenda, que possui 762 hectares, desde 29 de novembro de 2011. A área ocupada faz parte da reserva de mata nativa, que não pode ser explorada economicamente. Eles foram para esta área depois de um ataque ocorrido em 23 de agosto de 2011, quando pistoleiros armados investiram contra o grupo, ferindo crianças e idosos e destruindo o acampamento, montado à beira de uma estrada vicinal.

Fonte: Webdiário





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